5 dicas de empreendedorismo para Advogados Iniciantes

Você tem uma impressão de estar no caminho errado na Advocacia?

Às vezes, bate aquela sensação angustiante de que você não está fazendo o que deveria ser feito para atingir seus objetivos?

Ou, o que é pior: você não tem clareza do que deve ser feito, não tem objetivos e não sabe exatamente para onde está indo com a sua Advocacia?

Este artigo é uma coletânea de 10 atitudes que tenho desenvolvido junto a clientes, alunos dos nossos treinamentos e vários Advogados que compõe a audiência do Blog Arquivo Direito.

São jovens Advogados que buscam um caminho diferenciado na Advocacia, e tem no Empreendedorismo Jurídico uma chave para construir diferenciais relevantes na profissão.

Por “jovem Advogado” devemos entender não aquele com pouca idade, mas aqueles com pouca experiência de mercado: os Advogados iniciantes.

Há muitos profissionais que, mesmo depois dos 40 anos, estão dando a volta na carreira e procurando na Advocacia a tão esperada realização profissional e financeira.

Espero poder ajudar com as dicas, no sentido de buscar novos caminhos no incrível mundo do empreendedorismo jurídico na Advocacia.

Vamos, então, às 10 dicas de empreendedorismo que fazem a diferença para Advogados iniciantes.

1. Não se focar no mito da Área de Atuação

Somos levados a crer, na faculdade, que o que faz a diferença para um Advogado iniciante é a escolha da área de atuação mais promissora.

Neste raciocínio, Direito Ambiental, Tributário, Minerário, Penal Empresarial e outras tendências são tidas como a única forma de se ganhar dinheiro com a Advocacia.

Ora, a área de atuação não determina de forma absoluta o sucesso de um Advogado.

Na maioria dos casos, o modelo de negócios construído e a forma como o profissional enxerga sua própria atuação no mercado (mindset) são fatores muito mais decisivos do que a escolha da área de atuação em alta.

Mesmo em áreas muito concorridas, como no Direito de Família, ou em áreas de causas de pequeno valor, como no Consumerista, é possível estruturar um escritório lucrativo, desde que se pense o modelo de negócios adequado.

Caminhos possíveis:

Pesquisa de oportunidades

Mais importante do que definir uma área promissora, a pesquisa de oportunidades no mercado e o desenvolvimento de clientes vai te ajudar a encontrar o serviço certo, para os clientes certos.

Confira no próximo item a solução relativa à pesquisa de nichos de oportunidades.

2. Pesquisar e descobrir nichos de oportunidades

Outro mito muito poderoso, que é perigosamente tomado como premissa por muitos jovens Advogados, é o da Advocacia generalista.

Trata-se da ideia amplamente defendida de que no início da carreira deve-se atuar de forma generalista, sem definir uma área de especialidade.

Todo cliente seria interessante, independe do tipo de problema e da área de especialidade exigida para resolver esse problema.

Com o tempo, após a construção de uma carteira de clientes mais satisfatória, define-se uma área de especialidade.

O desastre deste tipo de estratégia, que até funcionou para muitos Advogados no passado, é que ela não funciona num mercado saturado de profissionais.

A atuação generalista é um filtro de clientes que procuram os serviços jurídicos pelo critério do preço e, via de regra, não dão muito valor ao profissional contratado.

Com o tempo, acabam se tornando dor de cabeça.

Essa é uma experiência cada vez mais observada pelos jovens profissionais, que descobrem muito tarde que construíram uma carteira problemática e de difícil administração.

3. Construir estratégias com foco em resultados

Outro erro muito comum cometido por jovens advogados é a atuação não estratégica.

Sem objetivos claros, agem de forma desencontrada e até aleatória.

Hoje dão uma palestra, amanhã escrevem um artigo para uma revista, fazem um cartão de visitas, participam das reuniões da Advocacia Jovem na OAB.

Atendem clientes conforme o humor do dia, são mais ou menos produtivos a depender de compromissos e tarefas que, afinal, não são programadas.

Um Advogado estrategista não é alguém ardiloso que tenta enganar as pessoas com planos mirabolantes.

É apenas alguém que define objetivos, e promove um esforço contínuo de ações para atingir estes objetivos.

Também não podemos pensar o termo “estratégia” como algo complexo demais, reservado apenas para escritórios de grande porte.

Mesmo um Advogado liberal, atuando sozinho e trabalhando em casa, com uma estrutura mínima, precisa aprender a desenhar suas estratégias de forma mais assertiva.

4. Aprender a fazer reuniões produtivas

Esta parece ser um dica menos relevante, periférica.

Mas, não se engane! É só aparência.

Na prática, saber fazer reuniões produtivas é importantíssimo para o sucesso de qualquer estratégia.

Reuniões improdutivas são desmotivantes, emperram a execução dos planos de ação e criam a sensação de que a equipe não está preparada para atuar conjuntamente.

Os erros quem levam a reuniões improdutivas são de duas ordens.

1º – Confusão dos objetivos da reunião

Uma reunião pode ser feita com vários objetivos diferentes. Exemplos: informar as pessoas, resolver problemas, decidir o que fazer, confraternizar.

E é péssimo quando essas coisas se misturam.

Pense como é ruim participar de uma reunião convocada para decidir que ações devem ser implementadas, mas, ao final, depois de muita discussão, nenhuma decisão é tomada.

Ou daquelas reuniões feitas para resolver um determinado problema, mas acabam sendo usadas apenas para repassar informar sobre assuntos pendentes, não resolvidos na última reunião.

Quem faz reunião assim, contribui para criar aquela cultura de que reuniões são feitas quando não se quer efetivamente resolver um problema.

2º – Não saber conduzir as reuniões

Outro problema comum são reuniões mal conduzidas.

As falhas mais comuns: reuniões não pontuais, sem horário para terminar, pessoas dispersas e prestando atenção no celular, falas sem ligação com o objetivo da reunião, conversa paralela, incapacidade para encaminhar as decisões tomadas.

A falta de foco nas reuniões precisa ser combatida com disciplina e método.

Fazer reuniões produtivas é uma arte que precisa ser aprendida.

5. Estudar disciplinas negociais

Na Faculdade de Direito, não aprendemos aquilo que é necessário para lidar com a Advocacia como um empreendimento.

Falta conteúdo na área de gestão, de Administração, liderança, marketing e muitos outros temas importantes para o sucesso de um escritório.

Mas, tudo bem!

O Direito não é um curso negocial, e isso até pode justificar a ausência de temas tão caros à Advocacia na graduação.

Mas, isso não explica porque os Advogados iniciantes não correm, desesperados, ao final do curso, atrás de cursos de negócios.

Além disso, é possível se aperfeiçoar por meio de vários cursos de negócio online, muitos deles de preços bastante acessíveis.

Fonte: Arquivo Direito